quinta-feira, 19 de abril de 2012

O DIFERENTE

Qual é a responsabilidade de ser o que é?
Pré-conceito, bons argumentos e todo o preço
Aquilo que pede é o grito de justiça
O que comanda é massa social desentendida
Falar aos cotovelos, punir de imediato o que não crê
Habilidades numerosas condenando o que não respeita
E a mãe machuca o próprio filho já prendido em desapego
E a verdade prevalece apenas em sonhos
Orgulho dos guerreiros que lutam pela vida
Expondo corpo e mente, sentindo na carne o peso da lida
Respeito estranhoso pelos que conquistam a glória
Tente ser invisível e andar cabeça erguida!
É um crime de ofença, apenas poucos podem
Mas não é dos poucos que falo em voz ferida
São tantos caminhos, tantas verdades escondidas
Para os de fé deu-se o livre arbítrio
Para os livres, sua liberdade
Procurando a raiz dessa questão deferida
Encontro humanos prepotentes de tanto egoísmo
Solitários em tantas medidas
Tristes em tantas crenças
Sofrendo assim todos os lados
Incrível esse prazer de julgar
Tolerando o de bom tom
Condenando o "diferente".

quarta-feira, 18 de abril de 2012

SOB MEDIDA

Levando a vida sob medida, acima da medida
Traçando o compasso e reinventando os traços
E traça daqui, arruma dali e mexe de cá
Seguindo caminhos e mapeando idéias
Destino é uma coisinha miúda que cabe no bolso
Bagunço os cabelos no vento constante
A criança em mim brincando de gente
E a ciranda roda sem parar e cada vez mais urgente
Sente, quer dançar, quer cantar e quer seguir em frente
Meu juízo preguiçoso faz de mim areia, sem beira
Corre! Eu corro e descanço
Segue! Eu sigo cegando
Menina de travessura tentou ser grande
E de coração tão livre se descobriu maior que antes.

terça-feira, 17 de abril de 2012

INCONSTANTE

Tudo é sempre muito inconstante

Os amores, as revoltas, as conquistas

Está tudo sempre se renovando

E ao mesmo tempo está tudo sempre voltando

Você não tem o mesmo sorriso de quando criança

Não tem a mesma pureza, nada tem o mesmo sabor

Você cresce e desaprende a amar

Você vive dando valor ao que te parecia confuso quando era jovem

Você vive sofrendo por ter crescido

Você vê graça naquilo que não possui

E quando possui, já perdeu a cor

E você se torna escravos de seus desejos

Ta tudo muito inconstante

Você não sabe o que tem mais valor

O carro do ano e o amor de sua vida ocupam o mesmo espaço

Você acha que generosidade te da direitos

Você cobra o perdão e põe preço na bondade

Você vive lutando contra aquele que é seu irmão

A paz é discutida, mas não é praticada

Você nasce sem saber e morre sem aprender

A vida lhe mostra caminhos

Você se torna inconstante.

CATIVANDO SONHOS

Eu cativei os sonhos dela
E nem sei ao certo o porque
Ela falava da minha doçura e de um olhar sedutor
Eu falava pra ela das minhas bobagens comuns
Ela ditava o meu encanto e sem saber também me encantava
É tão distante como qualquer outro ponto no espaço
É tão perto do peito que ás vezes me aperta
Eu agrado ela nas sutilezas, ela me agrada na crença
Eu desfruto dela por vários momentos
Ela me tem como desejo de fruto proibido
Eu sou pra ela uma fuga contente
Ela é pra mim como alegria de nova semente
Ela não é minha e eu também não sou dela
Capaz que ainda exista ela no meu caminho
Talvez eu ainda seja o caminho dela.

domingo, 15 de abril de 2012

VÍCIO

Ao meu vício, um pouco de liberdade
Aos meus pensamentos temperados de ansiedade
Um pouco de calmaria e ventos brandos
aos meus desejos, a tua boca
aos meus anseios, espero que não te demoras
Ao que tenho em mim, espero que cure com um pouco de ti
Ao vazio que sobra, que o tempo preencha
As minhas rasas lembranças, que perdurem
Pois não há nada mais efémero que o teu sorriso
Não há nada mais duradouro do que a falta eminente em mim.

VESTÍGIOS

Tem vestígios teus por toda parte
Em cada fragmento de memória
Em um resto de aroma que se esvai com o tempo
Tem vestígios de saudade em minha boca
Tem sintomas de que você passou por mim
Tem um bilhetinho teu que não me deixa esquecer
tem várias contradições e poucas explicações
Tem vestígios em toda parte de uma ausência tua.