terça-feira, 11 de dezembro de 2012

TER DE VOLTA


O ter de volta enchem meus olhos de apetite
Como uma chama voraz que acende sem permissão
Retiro-me de meu mundo e acordo de meu torpor
Rasgo todas as vestes já conhecidas que de outras sucumbi
Dessa prisão fria que se fez minha amiga
Desse medo disfarçado de segurança que sempre me acompanhou
Estou só pra ser tua, nua
Flutuando numa imensidão que desconheço
Meu corpo tem marcas pesadas de um passado exacerbado
Calafrios que sobem em meu peito e se enroscam por completo
Estou ficando sóbria de um entorpecer platônico
Ficando ausente de um querer distante
Há mais liberdade agora que outrora, nesse poente longínquo que me sorri
Melodiando teus votos pra escutar com ouvindo de criança, leve
Perdendo-me como se ainda houvesse esperança...
Tenho fé nas tuas cochas, no envolvimento de teus laços
Na febre dos teus gemidos sinto-me abrigada
Percorro todas as curvas de tua estrada como se fosse o único caminho
Deleito-me em prazeres carnívoros e urgentes
Torno-me discípulo fervoroso de teus lábios
E fiel a tua boca me torno contente.

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